Você já se sentiu confuso em relação ao agir de Deus em sua vida? Às vezes nos sentimos assim, desorientados, como que se nossa visão estivesse encoberta ao que Deus está fazendo em nossa história.
Por essa razão, passamos a suplicar a Deus por discernimento – aquela visão mais nítida das realidades espirituais e materiais –, o que geralmente é bom e útil. A própria Palavra de Deus nos orienta a suplicar nesse sentido (cf. 2Re 6.17; Cl 2.2).
No entanto, uma armadilha sutil pode estar escondida nessa busca.
Existe uma diferença, nem sempre perceptível, entre buscar discernimento para se submeter integralmente à vontade de Deus e o fazer apenas a fim de manipular essa vontade. Em outras palavras, é possível que nossa busca por discernimento nada mais seja do que uma busca pecaminosa por controle. Embora tolo, o objetivo é simples: quanto mais eu vejo e percebo a realidade a minha volta, menos eu preciso confiar minha vida às mãos de outro que não eu mesmo (leia-se Deus).
Infelizmente, nosso coração com resquícios de autossuficiência é assim: usa da Palavra de Deus para tentar ir contra o próprio Deus – não muito diferente do que Satanás fez com Jesus, não é?
A notícia boa é que Deus sabe lidar com nosso coração. Ele não é pego de surpresa pelas nossas artimanhas ou está decepcionado conosco. Na verdade, Deus nos conhece completamente, por mais assustador que isso possa parecer (Jr 17.10).
Portanto, o que realmente precisamos em dias de desorientação não é ver mais, e sim confiar mais em nosso Pai e menos e nós mesmos. Como escreveu Elizabeth Elliot: “Deus prometeu suprir todas as nossas necessidades. O que não temos agora, não precisamos agora”.
AUTOR: Rev. Eron Franciulli